Bônus ilegal em dinheiro oferecido nos horários ou dias em que os algoritmos das empresas já esperam baixa adesão de motociclistas ou ciclistas, assim como em tempo de chuva, madrugadas e feriados prolongados, é uma tática irresponsável que estas empresas de aplicativos usam.
A prática ilícita faz com que os profissionais se submetam a esse contexto exploratório, em clara precarização trabalhista, já que são horas e horas em cima da moto acelerando cada vez mais para que, no fim de uma jornada que pode durar até 15 horas sem descanso, apenas leve os entregadores à exaustão e consequentemente, acidentes.
Para se ter uma ideia deste quadro trágico para dezembro, em outubro, o Infosiga publicou relatório assustador em que o estado de São Paulo registrou 1.925 mortes de motociclistas no trânsito entre janeiro e setembro de 2024, um aumento de 20,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Na capital, foram 355 mortes em 2024, em relação a 273 no mesmo período do ano passado. O aumento é ainda maior que o registrado no estado, de 30%.
Agora, imagine em pleno período de festas de fim de ano, em que a demanda por entregas cresce tanto no delivery quanto nas pequenas encomendas. A tendência é que o número de mortes aumente significamente, justamente pela falta de responsabilidade das empresas de app oferecendo prêmios por entregas.
Sem saída e não podendo cancelar rotas, por medo de serem bloqueados nas plataformas, os entregadores aceitam, arriscam-se e, em situação cada vez mais comum, o resultado é esse que a foto desta reportagem mostra: acidentes.
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